terça-feira, 27 de julho de 2010

Segredos da Rose...

based on a story we...
Num fim de tarde um jovem rapaz sai de mais um final de expediente, em uma sexta-feira estressante em um serviço monótono. Ele sai de uma prédio cinzento, a menina da portaria cumprimenta desejando um bom final-de-semana mostrando toda a elegância e dentes que ela podia mostrar, o jovem rapaz apenas piscou e fez um leve sinal para ela. Para ele que sentia-se livre de uma prisão cinza com computadores, softwares e telefones tocando. Para a menina da recepção essa era a melhor hora do dia.
Kain esse era o nome desse rapaz, porém poucos lembravam-se de seu nome, era mais conhecido como "Bolachinha" um jovem que aparentava ter por volta dos seus 20 ou 21 anos, alto mas nada exagerado, moreno com bronzeado natural estilo Antonio Banderas, seus cabelos pretos não poderia se dizer que eram curtos, um rosto com uma beleza diferente, intrigante para o sexo oposto, porém seus olhos castanhos eram desafiadores e encabulava qualquer garota.
Atravessando as ruas de Porto Alegre começa uma fina chuva, ele entra em um prédio vermelho e branco, a recepcionista, lhe da um "oi" mostra um largo sorriso e que esse de tão grande, que ela se atrapalha e encabula-se falando "bom dia", porem eram 18h45min, ele passa piscando de leve fazendo o mesmo sinal a ela, ela tenta se redimir tentando falar "desc... desc... bom... boa... boa noite", porém o Bolachinha já estava desaparecendo no corredor e ela enfim voltou a respirar normalmente.
O Bolachinha desce as escadas e entra em uma sala toda envidraçada, ao lado tem um que café separado pelas escadas por onde ele tinha descido. A sala estava cheia de ninguém, ele liga a luz e senta-se no mesmo lugar onde senta todas as aulas. A sala começa a encher por alunos com o mesmo objetivo ou assim parecia, todos que entravam cumprimentaram o Bolachinha, os garotos com sinal de positivo, porém as meninas faziam questão de dar três beijinhos, ele ficava meio sem graça apesar da timidez não estar entre seus defeitos.
A aula estava para começar quando ele percebe descendo as escadas aquelas três figuras, uma era a sua professora Rose, a outra era um homem com uma jaqueta da GM e também tinha ela.... O Bolachinha nota algo diferente, a Rose sua professora cumprimenta a turma: "Hello guys" a professora da preferência para os novos alunos entrarem, o homem tinha em torno de 35 anos não era gordo, mas para magro não servia, depois ela entrou, antes que descesse as escadas ele já tinha vidrado seus olhos nela, pois ela tinha um contraste diferente, uma pele branca com cabelos negros até que se definiu com um verde olhar.
A Rose apresenta ela a turma e cujo nome ninguém sabia, mas era conhecida como Little Devil e apresenta diretamente ao Bolachinha, onde os dois se tocam com as mãos, ele sente algo diferente... A Rose observa como que sentindo a energia das mãos se tocando e da força dos olhares se encontrando.
A menina se chama Lilith. Não queria trocar de turma estava um pouco nervosa e ao meso tempo ansiosa por conhecer seus novos colegas, porém fazia questão de continuar com a mesma professora que ficou muito feliz em vê-la novamente. Lilith é mais conhecida como "Little Devil" por ser considerada uma aluna "prodígio" por ter apenas 13 anos, porém não esperava encontrar alunos como o Bolachinha, mas de uma coisa ela tinha certeza... juntos se dariam muito bem.

Apesar de tentar manter esse ar misterioso, o Bolachinha parecia extremamente lógico para Little Devil. Ela o via como uma pessoa legal, porem muito convencido, mas isso para ela não era um defeito pois humildade não era uma qualidade que eles dividissem. Logo que o viu ela pôde deduzi-lo, para alguém como Little Devil que adorava coisas lógicas, desvendar pessoas era muito divertido. Porem com o Bolachinha foi um pouco diferente, ela tentou o desvendar e ate conseguiu, mas não tinha certeza disso. O Bolachinha era realmente diferente e a Little Devil sabia disso.
Apesar de ter apenas 13 anos ela era extremamente interessada em seus estudos, ela tinha um certo lema “tudo que tenho é o que sei”. Certa vez ouviu uma frase de uma professora que ficou gravada em sua mente: “tudo que tens pode perder, a única coisa que ninguém vai te tirar é o que você pensa”. Ela realmente levava isso ao pé da letra, ela sentia que quanto mais soubesse mais forte se tornava.
Em fim, ela estava fazendo um curso de inglês não apenas por que gostava, e ela alias adorava o idioma. Mas ela fazia inglês para poder dizer: “eu sei, eu posso”. Um pouco arrogante da parte dela, sempre querer ser a melhor e não se contentar em apenas saber e sim, em mostrar que sabe. Mas como eu já disse anteriormente, humildade não era uma de suas qualidades. E como já deu para entender ela era uma das melhores, o que ocasionou uma certa rivalidade entre ela e o Bolachinha, algo que não ia longe pois em todos os sentidos eles acabavam em um empate.
Uma dupla tão dinâmica como essa não teria como não se dar bem. O Bolachinha estava tendo um pouco de dificuldade com algumas coisas ligadas ao curso, e como já era de se esperar, ele pediu ajuda há garota que imediatamente se propôs em ajudá-lo. Eles combinaram de se encontrarem no próprio curso para que ela pudesse ajudá-lo, passaram praticamente a semana inteira estudando e inesperadamente, pelo menos para a Little Devil, eles ligaram seus raciocínios inteiramente, mau um começava a falar e o outro já entendia, tanto as dificuldades dele foram resolvidas como as dela também. Realmente, eles eram uma dupla difícil de derrubar.
Mas o que mais intrigava era a reação de sua professora Rose em relação a eles juntos, ela agia como se tivesse certeza de que isso iria acontecer, ou seja, que ela sabia que eles se dariam tão bem. A Rose era bastante misteriosa, ate mesmo para Little Devil que adorava desvendar pessoas, mas a Rose parecia um tanto difícil de entender. Isso deixava a garota ainda mais curiosa em relação a sua professora, pois afinal o hobby preferido dela era desvendar pessoas, e a Rose era uma das que ela não conseguia entender. Mas a Devil não era a única a pensar assim o Bolachinha também achava que sua professora tinha muitos “segredos” os quais ela fazia o maior esforço para esconder.
Em um de seus encontros, o Bolachinha contou a Little sobre uma das atividades extras da professora. Ele disse a ela que em uma das vezes em que a Rose os levou a Casa de Cultura Mario Quintana para dialogarem mais em inglês fora do ambiente de sala de aula. E, em meio a diálogos em inglês, a professora teve um momento de reflexão, mas sobre o que? Talvez, sobre quem? Ela era extremamente difícil de entender.
Essa curiosidade foi aumentando. E eles tiveram em suas mãos a oportunidade de descobrir algo sobre a misteriosa professora. Em seu ultimo trabalho para o curso ela sugeriu que eles fizessem uma redação. E juntos eles decidiram escrever sobre ela, e para isso, teriam de investigar algo sobre ela.
Em apenas uma semana de pesquisas, o Bolachinha pesquisou na internet o currículo dela e descobriu que ela era formada em psicologia, e que alias, tinha um consultório e atuava na área há algum tempo. Little Devil por sua vez foi atrás de alguns de seus antigos professores que Bolachinha descobriu, assim que ela citava o nome da professora para fazer suas perguntas os professores logo se lembravam de quem a garota estava falando. Após conversar com três ex-professores da Rose, a garota teve absoluta certeza de que a Rose não foi uma aluna qualquer, mas o que ela fez de tão especial? Essa era mais uma boa pergunta que deixava a Little Devil irritada em não conseguir respostas. Ela voltou a falar com um dos professores da Rose e logo perguntou o que a Rose teria feito de tão especial para que todos se lembrassem dela tão facilmente. A resposta do professor foi imediata: “não havia ninguém em sala de aula tão interessado em entender e aprender o que eu estava disposto a ensinar como ela”.
Ótimo, agora eles conseguiram desvendar um de seus segredos e encontraram outro para ser desvendado. Por que ela tinha tanto interesse em psicologia? Será que ela apenas gostava? Possivelmente não, pois segundo os professores os quais Little Devil entrevistou, o interesse da Rose era muito maior do que o interesse de alguém que apenas goste de psicologia. Mais uma pergunta a ser respondida.
Em fim, quando o Bolachinha estava pesquisando sobre os antigos professores da Rose, os quais Little Devil iria entrevistar, ele havia encontrado quatro ex-professores, porem a Devil só falou com três, o quarto professor foi localizado pelo Bolachinha que marcou com ele uma reunião para poderem falar sobre a professora. O Bolachinha juntamente com a Devil foram ate a UFGRS encontrar o tal professor. Eles imediatamente começam a perguntar sobre o Rose, o professor por sua vez, os responde sem muita demora e com um ar um tanto feliz em recordar de uma aluna tão esforçada como foi a Rose. Porem, sua face muda quando ele os conta sobre o estagio que ela havia feito no hospital psiquiátrico São Pedro. Ele deixa escapar algo sobre uma certa experiência feita pela antiga estagiaria, mas quando Bolachinha tenta pedir mais informações sobre o assunto ele rapidamente muda de assunto e os pede para esquecer o assunto, porque aquilo não era tão importante.
Curiosos com são, Bolachinha e Little Devil não podiam deixar de investigar a historia, e sugeridos pelo próprio professor eles foram ate o hospital psiquiátrico São Pedro para tentar saber mais. Chegando lá, eles pedem para ver algumas fotos, nas quais estavam ou ao menos deveriam constar algo sobre ela, enquanto faziam isso, ouviram uma conversa entre três pacientes, que também falavam sobre uma experiência feita por uma estagiaria, logo perceberam que se tratava da Rose, então prestaram ainda mais atenção em sua conversa. Eles diziam que quando eram enfermeiros do hospital não podiam a deixar trabalhar com hipnose com os pacientes e que foi por causa disso que ela os deixou como pacientes do local. Eles só não sabiam como ela havia feito isso. Bolachinha e Little Devil compartilharam do mesmo pensamento de que aquela conversa era puro delírio. Pouco depois, dois deles começam a discordar deles próprios, em meio à conversa eles simplesmente concordaram que não estavam bem, e nem ao menos tinham certeza de que foram enfermeiros do local, porem esse foi o pensamento de apenas dois deles, o outro continuava firme na idéia que não ele não era louco e que também não precisava estar internado. Isso deu ainda mais certa a Devil e o Bolachinha de aqueles pacientes estavam realmente delirando. Enquanto eles discutiam sobre o que era real ou não, chegou um enfermeiro que tentou lhes dizer que aquilo foi apenas um surto e que realmente eles nunca trabalharam no hospital, o paciente que continuou com a mesma certeza de que estava falando a verdade, ficou extremamente irritado com o enfermeiro e começou a gritar dizendo que não era louco e que não precisava estar lá.
Em meio à confusão gerada pelo paciente, o diretor que estava os acompanhando teve de deixá-los sozinhos por um minuto enquanto tentava acalmar o paciente, não tendo sucesso, teve de aplicar lhe uma injeção. Enquanto a confusão acontecia a Devil ficou parada na porta apenas observando, Bolachinha porém, aproveitou a oportunidade para pegar certos documentos supostamente referentes a antigos estagiários do hospital.
Enquanto voltavam, Bolachinha mostrou a Little Devil o suposto documento no qual eles não encontraram o nome de sua professora. A garota, como de costume, tentou justificar a ausência do nome da professora, ela argumentou dizendo que talvez a Rose pudesse não ter estagiado no período referente ao documento.
Uma semana depois, de volta a aula. A professora veio falar com a dupla antes de começar a aula, ela estava extremamente séria, eles logo perceberam que ela tinha algo importante para lhes falar e ela realmente tinha. Um pouco irritada e com um tom de voz serio ela perguntou aos alunos qual seria seus interesses em sua vida, possivelmente alguns dos professores entrevistados pela Devil, teria entrado em contato com a Rose. Para alguém que procurava se manter sempre alegre e muitas vezes ate engraçada, ela parecia estar irritada com a pesquisa da dupla. Eles por sua vez, se desculparam com ela e explicaram que se tratava do trabalho que eles deveriam fazer. Sem nenhuma forte reação ela os chamou para aula. Após a aula eles conversaram um pouco sobre a reação da Rose, o Bolachinha achou muito estranho e disse que ela não precisava ter ficado tão nervosa, mais uma vez, a Little Devil tentou justificá-la dizendo que a reação dela foi compreensível já que os dois estavam realmente investigando a vida dela.
Na semana seguinte, em mais um dia de aula os alunos começaram a chegar e, referente a dupla, primeiro chegou Bolachinha e logo em seguida chega a Devil. Antes de começar a aula, eles revisão algumas coisas em seus livros. A principio o dia parecia normal, a Devil e o Bolachinha pareciam nem ao menos se lembrar do fato ocorrido uma semana antes. Porem sua professora parecia não ter esquecido um só detalhe do que aconteceu. Ela estava diferente em aula, em cada explicação ela salientava um dos dois e lhes pedia para que explicassem o assunto que estava sendo discutido. Eles acharam estranho a insistência dela em salientá-los na aula, mas ambos compartilharam a mesma justificativa para a situação, de que a professora estava tentando ajudá-los em relação aos estudos, coisa que ela acostumava fazer, mas nunca com tanta insistência. Em fim, tanto o Bolachinha como a Devil perceberam a diferença nela e chegaram a pensar que ela estava tentando prejudicá-los. Mas se essa realmente foi sua intenção, ela não obteve sucesso, pois quando ela os dava algo que um deles não sabia fazer o outro já tinha o assunto dominado, ou seja, juntos eles seriam capaz ate mesmo de dar aula sobre qualquer assunto.
A Rose já havia percebido a facilidade que a dupla tinha em resolver algo quando trabalhavam juntos. A partir daí, ela resolveu explorar o raciocínio deles, mas seu objetivo não era deixá-los perceber a sua intenção de testar a dupla. Em cada momento livre que eles tinham ela os fazia perguntas ligadas a aula, porém cada pergunta possuía algo com raciocínio lógico. Depois de mais ou menos duas semanas, ela começou a chamá-los para jogar xadrez, ela ficava completamente concentrada em cada jogada, fisionomia ou gesto que eles faziam enquanto jogavam um contra o outro. O jogo praticado entre o Bolachinha e a Devil era bastante parelho, ora Bolachinha ganhava ora Devil ganhava. Porem nenhum deles conseguia vencer a professora, em momento algum.
Eles já estavam bastante confusos e intrigados com o que ela andava fazendo, seus jogos, perguntas e por que ela insistia tanto para que eles continuassem as explicações dela em aula? Tudo já estava bastante estranho quando ela os chamou para darem aula com ela em uma turma que estava começando o curso, essa turma tinha muitas dificuldades em relação ao inglês. Eles não questionaram muito antes de aceitar, pois isso para eles seria muito bom já que veriam tudo que tinham aprendido novamente.
Em todas as aulas a professora pedia qualquer coisa a um deles de forma que a turma não entendesse, muitas vezes ela apenas os olhava fazendo um leve movimento com a cabeça, e eles logo entendiam o recado. Para eles, todos viam e percebiam os pedidos da Rose, mas na verdade, nenhum aluno foi capaz de perceber uma só vez qualquer sinal que ela fizesse. Logo na terceira aula eles perceberam que os sinais que ela mandava, apenas quem ela queria que entendesse, era realmente capaz de entender. Isso parecia extremamente estranho, mas eles não deram muita importância.
Eles ainda estavam fazendo o trabalho sobre ela quando decidiram relatar comportamentos dela em aula. Eles escreveram sobre os sinais que ela os dava, os quais apenas eles entendiam. Eles começaram a prestar mais atenção nela, ate mesmo na turma deles. Foi nesse momento que eles notaram a influência que ela mantinha sobre seus alunos. Absolutamente ninguém discordava dela em nenhum momento.
A pesquisa deles continuava, mas eles não estavam conseguindo escrever coisas mais concretas sobre ela. Então resolveram perguntar diretamente a ela. Em um de seus momentos livres, eles a perguntaram de forma direta algo sobre sua vida profissional. Ela não queria respondê-los, mas eles insistiram ate que ela os propôs um jogo de adivinhações. Na próxima aula, a qual eles estavam dando aula, ela os daria todas as respostas, mas ela os avisou de que diria tudo de forma abstrata e que eles deveriam entender.
No dia seguinte, na aula em que ela revelaria tudo que eles queriam saber, ela chegou um pouco atrasada, nada de mais, apenas uns 5minutos. A aula começou normalmente, tudo parecia normal, ate que a Devil, se lembrou de quando a professora falou que todas as respostas seriam abstratas, a garota chamou o Bolachinha e falou baixinho em sou ouvido: “teremos que prestar muita atenção nela, ela não vai responder nada facilmente”. A professora logo percebeu que a garota estava lembrando ele do que a professora havia dito. “pois bem, agora eu já posso começar” disse ela referindo-se a aula, ou assim parecia, a dupla logo percebeu que na verdade, seu jogo de adivinhações é que iria começar.
A professora chamou um de seus alunos, ainda em aula, para escrever um exemplo no quadro, ele não queria, disse que estava cansado e pediu a ela que chamasse outro colega, ela olhou para ele com uma fisionomia um pouco difícil de dizer que se estava seria ou não, e com um tom de voz um pouco diferente, repetiu o convite calmamente, ele silenciosamente, se levantou e fez a atividade. Imediatamente o Bolacha se lembra da primeira pergunta que fez a ela, se ela usava “hipnose” ou alguma outra coisa para convencer seus alunos a fazerem algo. Uma resposta eles já tinham. Eles olharam para ela um pouco assustados, ela olhou de volta com um sorriso disfarçado em sua face, como que se soubesse que eles entenderam o primeiro recado. Ela repetiu a cena mais algumas vezes na aula e eles perceberam todos os recados, ou pelo menos eles acharam ter percebido todos.
Após a aula, eles foram para suas casas, ficaram muito pensativos a semana inteira. Para Little Devil as duvidas eram como uma tortura, pois ela jamais teve tantas duvidas em relação a alguém, como eu já eu disse, desvendar pessoas era um de seus hobbies preferido. Mas para Bolacha era diferente, ele queria saber, mas era como se ele já soubesse, mas não conseguisse convencer a si próprio, após uma pura reflexão, o Bolacha ligou para Little Devil e pediu para que ela fosse mais cedo à sua próxima aula e ela aceitou. Chegaram quase juntos, se encontraram em frente ao curso. Eles se cumprimentaram e entraram no curso, sentaram-se em uma mesa em frente ao café, que ficava ao lado de sua sala e começaram a conversar sobre o que havia acontecido. Ao que iam falando, percebiam que eles já sabiam mais do que achavam.
Em meio à conversa, os dois lembraram de muitas coisas que viram durante sua pesquisa, uma dessas lembranças foi a conversa dos loucos do hospital psiquiátrico São Pedro, novamente eles dividem o mesmo pensamento, de que aqueles pacientes estavam falando a verdade realmente, mas ainda assim eles estavam em duvida, pois estava com medo de estarem cometendo uma injustiça contra sua professora. Eles realmente estavam pensando a mesma coisa, mas até então não haviam dito nada sobre isso, ate que o Bolachinha tenta contar a ela o que ele estava achando sobre toda o historia e assim que ele diz o nome do hospital, a garota levanta a cabeça rapidamente, assuntada, como que se tivesse visto um fantasma. Gaguejando um pouco ela tentou explicar a ele, que também se assustou com sua reação, o que ela havia percebido: “ela dis... ela disse, ela nos disse, ela falou... ela tinha dito tudo”. O Bolachinha não estava entendendo nada, então pediu para que ela se acalmasse, ela se acalmou e explicou a ele o que estava tentando dizer. Ela disse a ele que no final da aula a professora deu a turma um exemplo no qual ela deveria usar um lugar, o lugar que ela usou foi o hospital. A Devil tinha certeza absoluta de que aquele foi mais um de seus sinais, mas que na hora eles não haviam percebido. O Bolachinha, que ainda estava um pouco confuso com essa historia, disse à garota que não se lembrava do exemplo, e por conta disso ele continuou em duvida em relação a professora. Apesar de a garota ter certeza de que aquilo foi um dos sinais da Rose, ela ainda estava em duvida em relação a professora.
Em meio a tantas duvidas, e certas torturas psicológicas. A Devil teve uma idéia que seria bem útil no momento, ela propôs ao Bolachinha, para eles desafiarem a Rose para mais um de seus jogos de xadrez, porem, dessa vez eles iriam jogar juntos, contra ela e em meio ao jogo a garota tinha a intenção de fazer perguntas à Rose durante o jogo.
O Bolacha aceita, achou interessante a idéia da Devil, pois pela primeira vez, os dois estariam com suas mentes unidas contra a pessoa que tudo ensinava para eles, porém agora ela estava do outro lado do tabuleiro.
A dupla fica com as peças brancas e Rose obviamente com as pretas. O bolacha
começa movimentando o cavalo da direita, fazendo o L para ponta do tabuleiro, o Bolachinha pergunta para ela a diferença entre psicanálise e psicologia... ela simplesmente movimenta o peão da frente de seu cavalo esquerdo para frente, e responde que a diferença era que a psicanálise ajuda as pessoas a encontrarem as respostas por si mesmas, pois as pessoas sempre tem as próprias respostas que tanto procuram, pois elas se preocupam apenas em criar perguntas para respostas já existentes em si mesma porém não percebem, então essa é a função do psicanalista guiar a pessoa a responder as próprias perguntas. Os dois ficaram vidrados no que ela dizia, o Bolachinha, volta para o jogo movimenta o peão da frente do Rei. E a Rose torna a falar que os psicólogos tendem a dar respostas aos seus pacientes por mais simples que pareçam, pois as vezes o simples e fácil é incompreensível para certas pessoas. Ela movimenta o cavalo da sua direita para o centro do tabuleiro... E a Devil faz o próximo movimento adianta a rainha em diagonal até ficar em linha com seu cavalo branco agora ambas as peças estavam na terceira fileira. Agora a Rose coloca seu outro cavalo em defesa movimentando-o para o centro do tabuleiro, ambos os cavalos estavam na mesma fileira
separados por um quadrado livre. O Bolachinha da um leve sorriso, pois pela primeira vez joga com alguém que não transmite emoção, pois a Rose tem sempre a mesma expressão serena, calma e jovial. Tanto o Bolachinha quanto a Devil percbem, que ela não desgruda os olhos do tabuleiro e ao mesmo tempo não deixa de repará-los. O Bolachinha faz outra pergunta, se ela acreditava em hipnose... ela suspirou de alivio, com um leve sorriso ele joga sua rainha branca na Horizontal ate a penúltima casa. Ambos olham para ela e ela continua com o mesmo ar tranqüilo e responde, a hipnose é uma coisa diferente do que tinham falado ate agora, a hipnose ao contrario da psicanálise e
psicologia a pessoa se submetia aos comandos de alguém (o hipnotizador) não dava conselhos e sim ordens e depois as fazia a acorda com o estralar de dedos e assim ela estralou.
Depois dela ter estralados os dedos, movimenta seu peão a duas casas a frente
da torre. E continua falando, disse que as crianças são mais fáceis de hipnotizar pelo fato serem menos resistentes e com a mente mais acessível. A Devil joga liberando o peão da frente do rei apenas uma casa a frete e interroga a Rose, novamente dizendo que não tinha respondido a pergunta do Bolacha, que se “acreditava ou não em hipnose” e não como funcionava a hipnose, a Rose parece gostar da pergunta da Devil, e responde dizendo que acredita, se a pessoa estiver disposta, pois o Bolachinha se intriga e pergunta qual era diferença entra Hipnose e indução e a Rose torna a sorrir, joga os cabelos para traz, move seu peão preto a frente da sua torre direita apenas uma casa a frente e se volta com uma aparência ainda mais calma. Como se estivesse em um banho quente em meio ao inverno. Responde que na Hipnose a pessoa tem que se submeter totalmente, pois ela é colocada em transe como se estivesse dormindo e a indução a pessoa que esta sendo vitima de”indução” é apenas um fantoche na mão de alguém, sem opinião, tirando totalmente a autonomia sem nem mesmo ela perceber.
O jogo se desenrola as peças começam a sumir do tabuleiro, aquela expressão
calma da Rose não é mais a mesma, o Bolachinha pergunta se ela já fez isso com alguns de seus alunos pois afinal o que é um professor, um psicanalista que deixa seus alunos buscarem as repostas por si próprio não se importando com o tempo que leve, um psicólogo que da respostas obvias sempre quando senti a insegurança e o medo de errar, um hipnotizador que faz seus alunos se submeterem a uma vida ilusória sendo sempre dependente dos comandos dessa pessoa ou uma pessoa que apenas induz seus alunos sem eles perceberem tirando-lhes a autonomia e o livre arbítrio de aluno, sempre sendo induzido a uma falsa aprendizagem?
A Rose olha para os dois com uma face cansada como se estivesse surpresa
por sua pergunta. Ela fica meio sem saber o que dizer, fica meio cambaleante, pela primeira vez tira os olhos do tabuleiro... pensa, olha para os dois, faz mais um movimento com uma de suas peças e que agora estava completamente desnorteada e de uma hora para outra fica tensa e se volta para os dois respondendo que um professor tem que zelar por seus alunos contra qualquer mal, pois um professor é um guia que leva seus alunos a um destino em comum essa era a sua missão e não se importava qual barreiras teria que quebrar.
Novamente a Devil toma a palavra reclamando que novamente a Rose não
respondeu a pergunta do Bolacha se já tinha feito alguma coisa parecida com seus alunos e faz outro movimento com sua rainha branca no tabuleiro. A Rose mal presta atenção na jogada da Devil, apenas fica paralisada, fica estática, como se tivesse buscando algum recurso em sua mente, mas parecia que nada vinha, ela joga como se não soubesse o que fazer, o Bolachinha comenta que pela primeira vez vê sua professora sem resposta a Rose fica mais desnorteada como se tivesse perdido os sentidos e ela fala bom... para estarem perguntando isso creio que vocês já saibam, o que vale mais apena, induzir uma pessoa pelos melhores caminhos para serem felizes ou deixá-las em uma autonomia infeliz?
O Bolacha muda de fisionomia bruscamente fica serio como nunca a Devil e a Rose tinham visto antes e fala “com todo o respeito, quem tu és para julgar o que é certo ou errado para os outros?” a Rose retruca falando que a dor não traz felicidades e essa era sua missão, desviar seus alunos para longe da dor conduzindo a um caminho feliz e prospero mesmo que seja pela indução... o Bolacha se irrita ainda mais dizendo que ninguém tem o direito de tirar a liberdade de outra pessoa, não importa o motivo, a vida é de cada um, a dor, felicidade, ódio, nojo, amor fazem parte da vida para que todos usufruam e façam dela o que acharem melhor para sua felicidade”...a Rose volta a falar que as pessoas não sabem ser felizes sozinhas, vivem se arrependendo de tudo, fazendo coisas erradas, deixando a consciência ser a própria tortura, impossibilitando a verdade, a felicidade e assim só existe dor....ela faz uma outra jogada como que por obrigação.
A Devil vem com fúria, jamais o Bolachinha tinha visto também desta forma,
ela pega uma peça branca e fala “então era tudo verdade... sinto muito Rose mais isso é um xeque-mate”. Ela faz o movimento derrubando o rei preto e a Rose parecia estar caindo junto com aquela peça...

Sábado... quase 11 da manha o Bolachinha se acorda, parecia que havia
dormido por meses, um frio de inverno avisa que precisa de um casaco urgente, veste-se, sai do quarto, vai direto para o banho, deixando o café para mais tarde ainda. O chuveiro despeja uma água quente sobre seu corpo ele parece sentir até vapor da água. Sai do banheiro secando os cabelos, que não dava para dizer que eram curtos, pega o café preto feito na hora, coloca açúcar e vai para a sala onde seu irmão estava e pede para abaixar o volume que tinha o acordado antes, ele abaixa o volume da TV, o Bolachinha sentava no sofá ao lado de seu irmão com uma xícara de café, quando seu irmão comenta com o Bolachinha que gostaria de entender o que esta escrito nessas mensagens em inglês... o Bolachinha olha para a TV e simplesmente... entende a mensagem que acaba se tornando um texto, ele sem se dar conta estava entendendo tudo e falando para seu irmão que o olhava embasbacado, o seu irmão alcança uma folha que estava em uma mesinha ao lado e pede para ele ler... ele fala tudo ao seu irmão que pergunta desde quando ele sabia inglês. O Bolacha se da conta, vai atrás de outras mensagens comerciais e entende tudo, estava surpreso e também atrasado se lembra, de seu compromisso pega sua mochila e sai como um louco para não perder o ônibus. Em algum lugar, uma menina se acorda,
olha para espelho e decide ir direto para o banho. Sua mãe a chama para o café tardio ela sai do banheiro as pressas, sua mãe cantarolava uma musica da Rita Lee cujo nunca tinha escutado, então toma o café e decide de vez ligar o radio pois sua mãe não tinha uma eloqüência lírica.
Ela liga o radio, sua mão gosta da musica era New York de Frank Sinatra, ao escutar essa musica pede para deixar nesta estação e exclama que adoraria entender o que a musica em inglês estava dizendo. Pois a menina que era a Devil simplesmente falou tudo, cada frase e seu sentido, sua mãe olhava espantada, a Devil ainda não tinha percebido, até o momento de olhar para sua mãe ali boquiaberta prestando atenção... sua mãe comenta como ela sabia aquilo, a Devil não responde pois nem ela sabia o por que, agora era outra musica, tocava Californication dos Red Hod Chili Pepers sua mãe leva a xícara que estava a beber chá para a pia, devido ao gélido inverno. Mas a Devil fica quase assustada pois entendia tudo o que a musica dizia sua mãe olha para o relógio e lembra a filha que agora ela estava atrasada, por se lembrar, toma o ultimo gole de Nescau pois não gostava muito de café, despede-se de sua mãe e pega sua mochila vermelha.
Alcança o ônibus bem na hora, pois iria encontrar alguns amigos na casa de cultura Mario Quintana. Chegando no centro, ela sente o frio vindo do Guaíba, o céu
estava cinzento, ela caminha nas ruas de Porto Alegre, conforme se aproximava do seu destino o sol aparecia estar lutando contra as nuvens. Chega na Casa de Cultura Mario Quintana, encontra umas amigas e entra... sobe pelo elevador vai ao 3 andar onde estava o resto do grupo.
Pois começaram a falar sobre vários assuntos, ela acaba se entediando, se afasta do grupo e entra em um lugar chamado os Jardins de Quintana, pois nunca tinha reparado naquele lugar, ela entra e ao longe vê um menino, que estava sentado de um jeito preguiçoso... ele fecha seu livro e levanta, ele era auto mas nada exagerado, entre eles tinha um enorme vaso cheio de rosas vermelhas e brancas, ela passa por ele que estava virado guardando o livro, fica na ponta do andar e ela olha para baixo pois desde pequena adorava altura. O garoto sai com a mochila nas costas ele desce as escadas, e vai em direção ao seu destino. Ela que olhava para baixo, acaba se virando, o rapaz não estava mais por ali, pois ela mal tinha olhado para ele, sua amiga a chama para ir ver umas botas na Palazo, ela aceita e as duas deixam o prédio rosado de Mario Quintana.
O menino passa em frente aquilo que ele apelidou de prisão. Um vento frio, faz
lembrar em andar mais rápido pois, tinha um compromisso nas lojas Tevah, ele passa por um prédio vermelho e branco, anda mais alguns metros e chega na tal loja. Ele é atendido por um senhor muito simpático, pois não era a primeira vez que comprava naquela loja, pois todos seus blazers eram sob medida, ele escolhe seu preferido e diz que buscara seu blazer na segunda pois esperaria as medidas serem feitas. A menina da loja da um “oi” cheio de “i”, ele simplesmente da uma leve piscadela e ao sair da loja choca-se em uma mulher, ele não consegue identificar, apenas senti um cheiro leve de menta, ele se vira e olha para a mulher de sobretudo preto que se sumia na Alberto Bins.
Ele da mais uns passos de costas olhando a moça de sobretudo preto
desaparecendo na rua, quando acaba se virando esbarra-se em uma menina que acabou
derrubando suas sacolas da Palazo. Ele ajuda a pegar suas coisas e a menina chama sua amiga, Lilith, ela se vira e novamente os olhares se encontram. Ele não sabe como, mas já tinha visto esse verde olhar com um contraste diferente como se tivesse sofrendo uma espécie de De Javú e ela com a mesma sensação olhava para ele como que se lembrando que juntos já tinham se dado muito bem.
Bastante confusa a garota pergunta a ele: “você se lembra da Rose?” e agora entendendo melhor a situação e com uma fisionomia um pouco séria, ele vacila um sorriso e responde: “Xeque-match”.

3 comentários:

  1. muito boa a história tens um futuro brilhante amigo grande abraço

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  3. oii colegas queridos,
    só para lembrá-los de que estou na espera da sequência dessa história maluca e super legal de vcs. (espero ñ pirar) uashausaua

    bjos!

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